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Exercício e ômega-3 podem ser o segredo para dentes saudáveis

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Nova pesquisa foi publicada Relatório científico Foi demonstrado que o exercício regular combinado com a suplementação de ômega-3 pode aumentar significativamente a imunidade e reduzir a gravidade da periodontite apical crônica, um tipo de inflamação que afeta a ponta da raiz do dente.

Compreendendo a periodontite apical

A periodontite apical ocorre quando bactérias provenientes de cáries não tratadas se espalham através do canal radicular até o ápice (ponta da raiz) do dente, causando inflamação do osso circundante. Se não for tratada, esta infecção pode destruir lentamente o tecido ósseo da área.

O novo estudo é o primeiro a mostrar que o exercício moderado combinado com a suplementação de ómega-3 pode melhorar significativamente esta condição inflamatória. Juntos, esses dois fatores ajudam a controlar o crescimento bacteriano, reduzir a perda óssea, equilibrar a produção de moléculas inflamatórias chamadas citocinas e estimular os fibroblastos, células que reparam e mantêm os tecidos.

A conexão entre saúde bucal e geral

A periodontite apical não tratada pode levar à perda dentária, mas seus efeitos se estendem além da boca. Esta condição está intimamente associada a doenças sistêmicas como diabetes, síndrome metabólica, arteriosclerose e doenças renais. A inflamação oral e a saúde geral podem piorar-se mutuamente, criando um ciclo de feedback vicioso.

“É uma condição que os pacientes podem não saber que tem devido ao seu caráter crônico, mas que pode se desenvolver e levar à destruição óssea e à mobilidade dentária. Além disso, em certas situações, como redução da imunidade, pode se tornar aguda, então o paciente começa a sentir dor, forma-se pus no local, a boca pode inchar”, explica Castillo de Rogorio. Faculdade de Odontologia Saote Araçatuba Universidade Estadual Paulista do Brasil (FOA-UNESP). Castilho supervisionou a pesquisa e conta com apoio da FAPESP.

Exercício e suplementos mostram efeitos mensuráveis

“Em ratos, o exercício físico por si só trouxe uma melhora sistêmica, regulando o sistema imunológico local. Além disso, quando combinado com a suplementação, reduziu ainda mais as condições destrutivas causadas pela patologia endodôntica”, explica Ana Paula Fernández Ribeiro, primeira autora do estudo realizado durante seu doutorado na FOA-UNESP.

Para explorar estes efeitos, os investigadores induziram periodontite apical em 30 ratos e dividiram-nos em três grupos. Um grupo não recebeu tratamento, um segundo completou uma rotina de natação de 30 dias e um terceiro nadou e tomou suplementos de ómega 3, um ácido gordo conhecido por reduzir a inflamação em doenças crónicas.

Apenas o grupo da natação apresentou melhores resultados em comparação com os animais não tratados, mas o grupo que fez exercício e tomou suplementos de ómega 3 apresentou a maior melhoria na regulação imunitária e no controlo de infecções.

Baixa inflamação, ossos fortes

Testes imunológicos detalhados mostraram que os camundongos que receberam ambas as intervenções apresentaram os níveis mais baixos das citocinas inflamatórias interleucina 17 (IL-17) e fator de necrose tumoral alfa (TNF-α). Aqueles que se exercitaram sem o suplemento também tiveram níveis reduzidos em comparação com os ratos não tratados, mas a combinação provou ser a mais eficaz.

Os pesquisadores indicaram menos osteoclastos – as células que decompõem os ossos – nos grupos de exercício e suplementação e menos perda óssea. As microtomografias confirmaram essas descobertas: os animais que nadaram tiveram menos perda de osso alveolar (o osso que sustenta os dentes) do que o grupo controle, e o grupo ômega-3 apresentou a maior preservação óssea em geral.

Implicações para a saúde humana

Segundo os autores, estas descobertas acrescentam evidências crescentes de que o exercício e os ácidos gordos ómega-3 beneficiam não só a imunidade sistémica, mas também a saúde oral.

“Para saber se isso será verdade em humanos, precisamos de um estudo clínico com um número significativo de pacientes. Porém, além dos muitos benefícios comprovados do exercício físico e do consumo de ômega 3, esta é outra evidência importante”, afirmou Jacinto.

O trabalho foi apoiado pela FAPESP por meio de Bolsas de Iniciação Científica concedidas a Michelly de Lima Rodrigues (20/13089-3 e 22/04884-0), outra coautora do estudo.

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